sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

* "Histórias reais edificantes para crianças"

          As Histórias aqui apresentadas, são todas verdadeiras. São relatos de pessoas que quando crianças, aprenderam coisas relevantes dos adultos. Tais vivências, segundo o testemunho dessas pessoas, foi ponto decisivo na formação do seu caráter ou mesmo postura ética diante da vida. 


"Um castigo educativo"

Como todos os meninos, eu era curioso e um pouco destruidor. Um dia cometi a travessura de fazer uns buracos em uma das portas de nossa casa, para ficar espiando o que ocorria na rua. 
Procurando dar-me um castigo educativo, meu pai fez-me reparar o estrago que causara. 
- Vá buscar uns pedaços de madeira, e procure cortá-las de modo a se ajustarem nos buracos; depois passe a lixa. 
Fiz o trabalho um pouco envergonhado, e, ao terminá-lo, era pouca a vontade que tinha de olhar para a porta verde com aqueles círculos brancos. 
eu pai então me disse que eu devia pintá-los da mesma cor da porta, e me deu dinheiro para comprar tinta. 
A que arranjei não era exatamente da mesma cor, e por isso, por insistência do meu pai, pintei toda a porta. 
Desde esse momento, surgiu em mim uma espécie de gosto para melhorar e reparar as coisas da nossa casa. 
Pintei seis portas e duas janelas, que não ficaram mal, sentí-me orgulhoso de ser pintor, e minha atitude mudou em consequência daquele castigo que terminou em forma agradável e boa. 

Carlos Salazar, México

                                                      "Vencendo as dificuldades"

Meu maior defeito, nos tranqüilos dias da infância, consistia em desanimar com demasiada facilidade quando uma tarefa qualquer me parecia difícil. Eu podia ser tudo, menos um menino persistente. 
Foi quando, numa noite, meu pai entregou-me uma tabuazinha de pequena espessura e um canivete, e me pediu que, com este, riscasse uma linha a toda largura da tábua. Obedecí a suas instruções, e, em seguida, tábua e canivete foram trancados na escrivaninha de papai. 
A mesma coisa foi repetida todas as noites seguintes; ao fim de uma semana eu não agüentava mais de curiosidade. A história continuava. Toda noite eu tinha que riscar com o canivete, uma vez, pelo sulco que se aprofundava. 
Chegou afinal um dia em que não havia mais mais sulco. Meu último e leve esforço cortara a tábua em duas. 
Papai olhou longamente para mim, e depois disse: 
- Você nunca acreditaria que isto fosse possível, com tão pouco esforço, não é verdade? Pois o êxito ou fracasso de sua vida não depende tanto de quanta força você põe numa tentativa, mas da persistência no que faz. 
Foi essa uma lição-de-coisas impossivel de esquecer, e que mesmo um garoto de dez anos podia aproveitar. 

Relato de: N. Semonoff
Londres

                                                     " Tenha a coragem de ser original"

Por que você perde seu bom humor, fazendo essa confusão toda com seu cabelo? - perguntou meu pai, quando me encontrou chorando de raiva porque eu era muito menina, e não tinha a habilidade necessária para fazer o penteado em moda nos meus tempos de colégio. 
- É a moda! - lamentei-me. - Só o meu nunca fica como os outros! 
Olhando-me gravemente, meu pai ordenou: - Divida seu cabelo no meio, penteie-o para trás, e amarre-o como uma fita. Agora, use-o assim durante uma semana, e se metade das meninas de sua classe não copiarem você, eu lhe darei dez dólares. 
Pensei comigo que ele era incrivelmente ingênuo. Dez dólares, porém eram uma fortuna a que não podia resistir, e o fiz. 
Tivesse eu chegado à aula vestida com a camisola de dormir, minha agonia não teria sido maior. Mas quando a semana acabou, quase todas as meninas de minha classe estavam usando o cabelo separado simplesmente pelo meio, atado atrás com uma fita. 
Meu pai disse, então: - Não seja vulgar! O mundo já tem bastante mediocridade. Nunca tenha medo de uma idéia própria, e, se ela for certa, siga para adiante com ela, sem se importar com o que faça todos os demais! E, embora ele tivesse ganho a aposta, deu-me uma nota de dez dólares. 

Relato de: Sra. Brooks E. Cairns
Califórnia-EUA

                      "Como vermos realizados os nosso desejos"


Estava eu olhando o velho João, entretido em varrer as folhas secas do jardim. A área era grande, e o velho caprichava em não deixar nem uma folha no gramado. 
- João, disse eu sorrindo, que maravilha se você pudesse, só a um desejo seu, ver todas estas folhas, de repente, empilhadas num monte! 
- E posso mesmo, disse o velho prontamente. 
- Se você pode, vamos ver! desafiei. 
- Folhas! Juntem-se todas! disse o velho, numa voz de comando. E lá continuou limpando a relva até que as folhas ficaram juntas num só monte. 
- Viu? Disse-me, sorrindo - É este o melhor meio de vermos realizados os nossos desejos. Trabalhar, persistentemente, para que aquilo que queremos seja feito. 
O incidente calou-me no espírito. Mais tarde, ao estudar a biografia dos cientistas, dos reformadores e de todos aqueles cujas obras nos parecem, por vezes, milagres deveras sobrehumanos, descobrí que adotavam geralmente o sistema do velho jardineiro. 
Todas as suas realizações resultaram do fato de que estes homens, desejando fortemente chegar a certo objetivo, - nunca cessaram de lutar por alcançá-lo. 

Relato de: Horace Otis
Ohio-EUA 

"Nunca demos senão o que tivermos de melhor"



Na manhã de Natal, quando eu descia as escadas na ponta dos pés, para ver os presentes que Papai Noel trouxera, sabia de antemão que me aguardava um dever a cumprir. 
Até onde consigo me lembrar, faziam-se escolher um dos presentes que me pertenciam, e eu própria ia levá-lo a algum menino pobre da vizinhança. 
Minha mãe me ensinara a por de lado, entre os presentes, o que mais me agradasse. Não me deixavam dar brinquedos velhos, de que eu já me cansara. 
No próprio dia de Natal, faziam-me abrir mão do que eu mais desejasse para mim. 
Horas mais tarde, ao ver, nos braços de um menino pobre, meu urso de pelúcia, eu já não podia senão compartilhar da alegria que desta maneira lhe proporcionava. 
Não era outro o sentimento que minha mãe tentara despertar em mim; nem me pudera dar melhor presente que o de ensinar-me a conhecer o sofrimento alheio - percebendo, ao mesmo tempo, que a alegria de partilhar os bens que nos couberem é maior que a ventura de possuí-los. 

Relato de: Sra. Pearl L. Peterson
Washington-EUA 

"Tristezas não pagam dívidas"

Um garoto de 4 anos seguia descalço por uma rua, chupando um picolé num palito. Nesse tempo picolé era um artigo raro. De repente, um grupo de meninos mais velhos passou correndo pela esquina, derrubando o pequeno na corrida, e o picolé caiu no chão se quebrando todo. O Menino sentou-se no chão, e ficou, de olhos arregalados, contemplando a resultado da tragédia. Não sabia o que dizer: só uma tristeza muito grande o dominava. 
Uma Senhora idosa vinha nesse momento pela rua e caminhou para a Criança. 
- Bem, meu pequeno, disse ela, o pior que podia haver, aconteceu a você. Mas levante--se, que eu vou lhe mostrar uma coisa. 
O pequenino ergueu-se. 
- Agora ponha seu pé direito em cima do picolé, pise com força, e repare como ele se esguicha entre os dedos do seu pé. 
O Menino pisou com força o picolé, e este espirrou entre os dedos do pé. A Senhora riu e disse: 
- Aposto que não há nenhum outro menino na cidade que já tenha coçado os dedos do pé com sorvete. Corra agora para casa e conte a sua mãe como foi divertida a experiência. E, lembre-se, acrescentou ela, por pior que seja uma coisa que lhe aconteça, você pode se divertir quase sempre à custa dela! 
Eu era esse garotinho. Nunca fiquei sabendo quem era aquela Senhora, mas nunca esqueci o que ela fez por mim. As piores coisas me tem acontecido desde então, e as palavras dela vêm-me sempre à memória. É mesmo bobagem levar muito a sério a esmagadora maioria das tristezas dessa vida. 

Relato de: H. Swarth - Irlanda
de tiatarcisa.blogspot.com.br

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